Mercado de trabalho em TI para analistas de testes

26 de agosto de 2013
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Das carreiras que compõem as entradas no mundo de TI, a de analista de teste talvez seja a que exija, em seus primeiros passos, o menor nível de conhecimento técnico, juntamente com o pessoal do Call Center.

Até pouco tempo atrás, quando os main frames reinavam sozinhos, a função de testar os programas era realizada pelos próprios desenvolvedores. Com a explosão da web e dos sistemas em plataforma open, além da enorme diversificação das carreiras que circundam estas novas tecnologias, a especialização em testar e validar o que foi desenvolvido tornou-se inevitável.

 

Quando surgiram, as atividades de testes eram realizadas quase de maneira informal, contratavam-se pessoas com vontade de entrar na área e sem nenhum conhecimento; sua primeira função era ficar navegando nas aplicações em busca de erros e inconsistências; na maioria das vezes, estas buscas eram realizadas sem critério nem metodologia. A consequência: muitos erros só eram encontrados pelos clientes.

Até pouco tempo, o mercado aceitava com naturalidade encontrar erros em aplicações; hoje, se tornou absolutamente inaceitável receber uma aplicação com defeito. O nível de exigência cresceu tanto, que é muito comum encontrar em propostas comerciais (e até contratos) cláusulas de multas pesadas limitando as quantidades e tipos de erros que poderão ser encontrados nas aplicações.

Este tipo de postura do mercado vem provocando uma enorme revolução na carreira dos profissionais de testes, em todos os sentidos. As empresas pararam de olhar para eles como “os meninos que ficavam ‘brincando’ de testar as aplicações”. Descobriram que o resultado do trabalho de teste proporciona o desaparecimento do retrabalho e garante que todo produto seja entregue com padrão de qualidade exigido pelo cliente, evitando grandes prejuízos com multas contratuais.

Não é possível alcançar estes resultados sem investimento em pessoas, processos e ferramentas. Hoje, o nível de excelência, desde a elaboração dos casos de testes, sua execução e evidências são monitorados constantemente sob consagradas práticas de mercado, metodologias e, obviamente, capacitação dos profissionais.

Olhando para trás, visualizamos os garotos buscando, de maneira intuitiva, erros nas aplicações; hoje, os profissionais são preparados e qualificados. E, se olharmos para o futuro – como deverá se comportar a carreira do profissional de teste e qual será o seu limite no crescimento organizacional?

Na maioria das organizações, a carreira do profissional de teste funde-se verticalmente na posição de gerente de desenvolvimento. Inicia-se como testador, analista de teste, líder, coordenador e depois vai disputar a vaga de gerente com o coordenador de desenvolvimento.

As necessidades das empresas e a exigência dos clientes mostram que teste e qualidade de software andam, cada dia mais, lado a lado. Em grandes empresas, já é comum ver suas estruturas organizacionais se encontrando em níveis executivos.

Esta tendência, em médio prazo,  juntamente com o crescimento constante do reconhecimento pelos executivos de que investir em teste e em qualidade reduz significativamente os custos da manufatura e garante um aumento de lucratividade nas vendas, levará a uma inversão importante na lista de corte das empresas em momentos de crise. Isso porque, atualmente, os primeiros a serem cortados são os profissionais ligados justamente a qualidade e teste; em pouco tempo, esses mesmos profissionais serão idolatrados e tidos como indispensáveis, pois o resultado do seu trabalho garante a redução de despesas e o aumento da lucratividade (coisas que, em todos os momentos de vida de uma empresa que tem como seu negócio o desenvolvimento e a comercialização de aplicativos de sistemas, é imprescindível).

 

Alberto Marcelo Parada. Bacharel em Administração de Empresas e Análise de Sistemas, com especialização em Gestão de Projetos pela FIAP. Já atuou em empresas como IBM, CPMBraxis, Fidelity, Banespa, entre outras. Atualmente, integra o quadro docente nos cursos de MBA da FIAP. Diretor de Projetos Sustentáveis da Sucesu-SP

 

 

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