Segurança cibernética: Brasil à frente

20 de fevereiro de 2014
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No Brasil, CEOs são mais conscientes de riscos digitais. A porcentagem dos que acham a segurança cibernética “prioridade absoluta” é maior que nos EUA, Europa e Ásia.

Tanto as economias mais maduras quanto os países hoje em rápido crescimento enfrentam o problema de cyber segurança, que coloca em risco suas empresas e suas economias. Os problemas são os mesmos, já que a economia é global.

Pesquisa divulgada ontem pela BT indica que as empresas brasileiras estão alinhadas à mentalidade mais moderna em relação à preocupação com a cyber segurança. Como mostra o gráfico, mais da metade (52%) dos líderes de negócios brasileiros veem a cyber segurança como prioridade absoluta – um índice bem à frente dos encontrados nos demais países pesquisados.

 

A pesquisa, conduzida para a BT pela Vanson Bourne em outubro do ano passado, avaliou as atitudes em relação à cyber segurança e níveis de preparo entre os decisores de TI em sete países e em diversos setores. E revela que as empresas brasileiras estão à frente de seus pares globais em diversas áreas cruciais. Sete entre dez (70%) das organizações brasileiras são capazes de medir o ROI de medidas de cyber segurança em comparação a 34% em Cingapura e 21% no Reino Unido. Enquanto 70% dos diretores e tomadores de decisão seniores no Brasil recebem treinamento em segurança de TI, no geral esse índice atinge 58%.

No Brasil, 50% dos executivos de TI pensam que a administração das empresas em que atuam reconhecem a importância da cyber segurança, indicando que responsabilidade e consciência são compartilhados de forma mais eficaz. A porcentagem de administrações que subestimam a importância da segurança é maior nos demais países, chegando a 68% em Hong Kong e 64% na França.

Ameaças internas não maliciosas (como perda acidental de dados) é a preocupação mais citada em relação à segurança, sendo mencionada por 65% dos tomadores de decisão de TI globalmente. No Brasil isso é ultrapassado pelo hacktivismo, onde 76% dos tomadores de decisão indicaram isso como uma preocupação. Em seguida está o risco de ameaças internas não maliciosas (64%), ameaças internas maliciosas (62%), crime organizado (50%) e atuação de outros estados-nação (42%).

Globalmente, mais da metade dos tomadores de decisão de TI acreditam que o hacktivismo (54%) e ameaças internas maliciosas (53%) representarão um risco maior nos próximos 12 meses. No Brasil esses números sobem para 64% e 60%, respectivamente. Globalmente, o terrorismo é visto como a ameaça menos capaz de se tornar um risco maior ao longo dos próximos 12 meses.

Podemos concluir que, no Brasil, as organizações vêm se preparando pra novas conquistas, seja no mercado interno ou em âmbito global, no caso da internacionalização de empresas brasileiras. Muitas dessas empresas – sejam multinacionais ou brasileiras – já operam de forma digital interconectada com seus mercados, fornecedores. E a pesquisa revela que elas se mostram conscientes da necessidade de evitar e responder a possíveis impactos nos valores das suas ações ou na reputação resultante de um ataque cibernético ou vazamento de informação.

 

Ramiro Rodrigues é professor dos cursos de MBA em Gestão de Segurança da Informação da FIAP. Mestre em Tecnologia Aplicada e MBA em Gestão de Segurança da Informação, com certificações profissionais como CISSP- Certified Information System Security Professional , CISM- Certified Information Security Manager e PMP  – Project Management Professional, C|CISO – Certified Chief Information Securiy Officer. É membro do Advisory Board do ISC2 para América Latina. Possui  mais de 15 anos de experiência  em Consultoria , Gestão de Segurança da Informação e Gestão de Riscos tendo trabalhado em grandes empresas como IBM, PwC e CPMBraxis. Atualmente é Diretor de Segurança da Informação da British Telecom (BT) para América Latina.

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