Home Office no limite do travesseiro

7 de abril de 2014
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Diferente do modelo atualmente utilizado e fortemente suportado pela internet e por ferramentas de colaboração, o surgimento do home office tem indícios em 1857 com a utilização das telecomunicações nos Estados Unidos em uma companhia de estrada de ferro, que usava um sistema privado de telégrafo para gerenciar o pessoal que estava distante do escritório central.

Hoje, seu uso está longe de ter apenas o controle das atividades de quem está trabalhando remotamente. O objetivo principal do home office é reduzir drasticamente os custos operacionais das empresas – do espaço físico à compra de clips.

Os funcionários que sonham com seu negócio e com ele administrar como quiser seu tempo, têm no home office uma maneira segura de conseguir o que desejam, sem se aventurar por uma empreitada empresarial.

No Brasil ainda há resistência. Gestores que adoram medir seu poder pela quantidade de pessoas trabalhando sob seus olhos, ganharam força depois que a presidente do Yahoo decidiu convocar seus funcionários a largar o home office e voltar ao escritório justificando  que a “velocidade e qualidade são muitas vezes sacrificadas quando se trabalha de casa”.

O que nenhum presidente de empresa pode barrar é o avanço da globalização e da busca contínua por economia nos negócios. Hoje, o valor de um projeto conduzido por Gerentes de Projetos no Brasil com recursos alocados na Índia, Rússia e Vietnã utilizando-se do cloud como infraestrutura de desenvolvimento para um cliente na Europa tem seu custo muito inferior do que se fosse realizado por profissionais de qualquer país europeu que têm historicamente custos trabalhistas altíssimos.

A tendência de home office é crescente, principalmente com boa parte do mundo em crise e necessitando reduzir seus custos. A diversificação das atividades não tem limite. Há pouco tempo, era impossível imaginar um atendente de call center trabalhando remotamente; a tecnologia de telefonia na nuvem consegue direcionar uma ligação para um atendente com o perfil necessário para atender um determinado cliente em qualquer lugar do mundo, a qualquer hora.

Contudo, por mais que trabalhar em home office pareça ser a melhor situação do mundo, é muito difícil ter a disciplina necessária para se alcançar os resultados e resistir à tentação de não voltar para a cama em um dia frio e chuvoso para assistir a “Sessão da Tarde” .

A disciplina tem que ser de todos. A família não pode acreditar que pelo fato de trabalhar em casa o dia inteiro, todos os dias, você está disponível para levar as crianças na escola, o vizinho no médico, ou receber visita a qualquer hora.

Tenha em mente que um espaço dedicado exclusivamente para o trabalho é fundamental, participar de reuniões com profissionais do mundo todo faz parte do dia a dia e será desagradável entrar em uma vídeoconferência e escutar o cachorro latindo ou ver (e ouvir) as crianças gritando.

Preocupe-se com a carreira, mesmo não batendo ponto. A distância entre quem está em home office e quem está dentro dos escritórios é sentida no momento das promoções. Habitualmente, os que circundam a corte são mais lembrados nestas ocasiões.

Utilize o home office com parcimônia. Diminuir a frequência das idas para a companhia melhora a qualidade de vida, aumenta a produtividade e ajuda a reduzir os custos operacionais da empresa. Mas trabalhar todos os dias em home office, por mais que possa parecer delicioso usar pijama o dia inteiro, todos os dias, ocasiona o risco de ser esquecido pela empresa.

 

Alberto Marcelo Parada. Professor de MBA na FIAP. Palestrante e articulista, formado em administração de empresas e análise de sistemas, com especializações em gestão de projetos e outsourcing. Experiência de 20 anos ministrando treinamentos na capacitação de executivos, média gerência e níveis operacionais; executivo com mais de 25 anos de experiência em implantação de soluções de TI para grandes empresas.

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