10 dicas de grandes empreendedores para você aplicar hoje

19 de maio de 2014
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Todo grande empreendedor tem pequenos truques que utiliza no dia a dia e que contribuem para o seu sucesso. Certa vez, conversando com um dos maiores nomes da construção civil do Brasil, ele me disse que sempre negociava com os fornecedores no horário do almoço. Mas antes comia um lanche. Uma ou duas horas depois do início da reunião, o fornecedor estava verde de fome – e, por isso, mais flexível. Talvez, se você utilizar essa estratégia, consiga economizar centenas ou milhares de reais. Separei aqui outras dicas simples para aplicar na sua empresa.

1. Tenha três grandes objetivos

Um dos maiores problemas dos donos de negócios é investir seu precioso tempo em questões que não são prioritárias. “Algo que você não pode se permitir é perder o foco. Empreendedores costumam ter uma espécie de distúrbio de déficit de atenção”, diz Marc Benioff, cofundador da Salesforce.com. Nesta linha, Michael Lazerow, da Buddy Media, pergunta: “Quais são as três coisas que precisam acontecer nos próximos 6 ou 10 meses para aumentar as chances de sua empresa atingir o sucesso no longo prazo?”. Se você não sabe responder essa questão, nenhuma dica deste texto vai ajudá-lo a atingir seus objetivos.

 

2. Faça reuniões operacionais de pé

Michael Bloomberg não é apenas o prefeito de Nova York: ele fundou a Bloomberg News, uma das maiores provedoras de informações financeiras do mundo, que faturou US$ 8 bilhões em 2012. Em uma reunião, ele ficou particularmente irritado com os funcionários que liam os relatórios dos seus respectivos departamentos. Na semana seguinte, todas as cadeiras da sala foram retiradas. “É incrível o quanto uma reunião em pé é mais rápida e mais focada”, disse Bloomberg.

 

3. Realize reuniões pessoais enquanto caminha

Steve Jobs, cofundador da Apple, fazia todas suas reuniões importantes durante longas caminhadas. Mark Zuckerberg, do Facebook, e Jack Dorsey, do Twitter, também adotam a prática. Essa iniciativa aumenta o sigilo das conversas, além de aumentar o nível de oxigênio no organismo, melhorando a memória e conectividade entre os circuitos cerebrais. Também incentiva o uso dos dois lados do cérebro, unindo capacidade analítica e criatividade. Por fim, caminhar em um dia agradável melhora o humor e o condicionamento físico. Com tantas vantagens assim, os resultados só tendem a melhorar. “O que mais gosto de fazer para relaxar é caminhar. Se estou com algum amigo, sempre temos nossas melhores conversas enquanto caminhamos”, diz Dorsey.

 

4. Gerencie andando por aí

Muitos empreendedores utilizam o MBWA (management by walking around), termo difundido por Bill Hewlett e Dave Packard, cofundadores da HP. Significa basicamente sair da cadeira e andar pela empresa, interagindo com colaboradores, fornecedores e clientes. “Nessas andanças, aprendi que qualidade requer minutos de atenção para cada detalhe, que todos os colaboradores querem fazer um bom trabalho, que manuais escritos raramente estão adequados e que o envolvimento pessoal é essencial”, diz Packard. Sam Walton, fundador do Walmart, acordava de madrugada para ir tomar café com os motoristas dos caminhões da empresa. Não só fazia novos amigos, mas também sabia quais produtos vendiam mais, quais lojas estavam com problemas e quais ideias poderiam ser implementadas para melhorar a oferta de produtos nas gôndolas.

 

5. Trave a quarta-feira

A prática começou no Facebook: deixar as quartas-feiras livres de reuniões ou compromissos, para que o dono do negócio se dedique totalmente ao que deve ser feito. Mais tarde, outros empreendedores do Vale do Silício seguiram a empresa de Mark Zuckerberg. Quando deixou o Facebook para fundar a Asana, uma badalada startup que vende soluções de produtividade, Dustin Moskovitz levou com ele a prática. Pendências da segunda e terça? Resolva na quarta! Algo que deve ser entregue ou feito na quinta ou sexta-feira? Adiante na quarta-feira! “O maior objetivo de deixar as quartas sem reuniões é garantir que todos tenham uma boa reserva de tempo a cada semana para se concentrar no trabalho”, diz o memorando interno da Asana.

 

6. Coloque sua empresa para atender o cliente

Tony Hsieh não é só famoso nos Estados Unidos por ter cofundado a Zappos, um site de comércio eletrônico de calçados vendido à Amazon por quase US$ 1 bilhão. É conhecido também por transformar sua companhia em uma das melhores empresas para se trabalhar no país. Diversas práticas explicam esse sucesso, mas a principal é que todos os colaboradores precisam, a cada dez semanas, deixar suas funções por um momento para atender clientes. O funcionário só volta para a sua função original no momento em que oferecer um nível de serviço tão bom que o cliente diga: “Uau!”. “O serviço sempre foi importante na Zappos, mas fazer do cliente o foco da nossa marca foi um movimento audacioso”, diz Hsieh.

 

7. Tire 3 dias de férias a cada 3 meses

“Não se pode ver a floresta a partir das árvores”, diz um ditado repetido em várias línguas. Da mesma maneira, um empreendedor não consegue ver seu negócio quando está imerso na empresa. Jeff Bezzos, fundador da Amazon, achou uma solução para essa armadilha: “No final de cada trimestre, costumo sair de férias por alguns dias. Com um pouco de isolamento, começo a ficar mais criativo”.

 

8. Carregue um bloco de notas

É algo simples e até pré-histórico (na era da internet móvel), mas muitos empreendedores ainda utilizam blocos de notas. “Quando anoto alguma coisa que me disseram, vou em frente e trabalho na sua implementação no dia seguinte”, diz Richard Branson, empreendedor da Virgin Group.

 

9. Tire fotos

Muitas ideias não podem ser escritas. Por essa razão, empreendedores como Walt Disney e Sam Walton costumavam andar com uma câmera fotográfica na mão (antes da era dos smartphones). Gostou de algum conceito que pode ser aplicado na sua empresa? Tire fotos! Foi o que fez Sam Walton quando visitou o Brasil na década de 1980: ele ficou encantado com o conceito de hipermercado que viu nas lojas do Carrefour. Fotografou tudo o que pode e criou sua versão de super loja nos Estados Unidos.

 

10. Viva experiências malucas (de vez em quando)

Você não conseguirá inovar com velhas ideias. Assim, inclua experiências malucas na sua agenda, mesmo que não tenham nenhuma relação com o seu negócio. Richard Branson é referência nisso – já fez maluquices como se vestir como aeromoça a dar a volta na Terra em um balão. Outro exemplo interessante é dado pelo cofundador e atual CEO do Google, Larry Page. Todos os anos ele vai ao festival Burning Man, que reúne artistas, inovadores e doidos varridos no deserto de Nevada, Estados Unidos. “Não gostamos que o mundo mude rapidamente. Mas talvez possamos separar um pedaço do mundo… Eu gosto de ir ao Burning Man, por exemplo. É um ambiente em que as pessoas podem tentar novas coisas”. Na verdade, é um pouco mais do que isso. Tire suas próprias em conclusões em www.burningman.com.

 

Por fim, o conselho mais importante: copie e implemente as dicas que funcionam para o seu negócio, mas crie também suas próprias sugestões sobre como empreender mais e melhor.

 

Marcelo Nakagawa é diretor de empreendedorismo da FIAP, além de atuar como professor de empreendedorismo e inovação nas principais escolas de negócio do país. É membro do conselho da Artemísia Negócios Sociais e da Anjos do Brasil, mentor do Instituto Empreendedor Endeavor, coordenador acadêmico do Movimento Empreenda da Editora Globo, colunista do Estadão PME e da revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios. É pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Gestão Tecnológica e Inovação da USP. Possui mais de 20 anos como executivo, tendo atuado nas indústrias financeira/bancária, consultoria empresarial, venture capital, inovação e private equity. É doutor em Engenharia de Produção (POLI/USP), mestre em Administração e Planejamento (PUC/SP) e graduado em Administração de Empresas. Autor do livro Plano de Negócio: Teoria Geral (Editora Manole, 2011) e co-autor dos livros Engenharia Econômica e Finanças (Elsevier, 2009), Sustentabilidade e Produção: Teoria e Prática para uma Gestão Sustentável (Atlas, 2012) e Empreendedorismo inovador: Como criar startups de tecnologia no Brasil (Evora, 2012).

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