É mais difícil contratar ou demitir?

24 de julho de 2014
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É mais difícil contratar ou demitir? A resposta fácil é: demitir, afinal irá mudar a vida da pessoa, mexerá com a família, filhos e isso não pode ser tratado de maneira leviana. Contratar é fácil e se não der certo, demita.

As atividades para se iniciar um processo de contratação, na maioria das empresas, são semelhantes: o gestor possui uma vaga, solicita ao RH ao menos três candidatos que atendam os pré-requisitos, disponibiliza algumas datas para as entrevistas e aguarda os candidatos.

No dia e horário, o candidato aparece para a entrevista. Depois de esperar mais que o desejável, é entrevistado por uma pessoa quase sempre despreparada, recebe um pedido de desculpas, com a justificativa que a vida do gestor é sempre ocupada.

O resultado é ruim. A escolha é, na maioria das vezes, realizada por avaliações subjetivas, ocasionando para as empresas prejuízos, atrasos, desmotivações e no final: demissões!

Os grandes gestores, quando perguntados sobre qual é a atividade mais difícil da liderança, respondem: contratar e demitir, porque nos dois casos a chance de errar e mudar a vida das pessoas e da empresa é muito grande.

Uma boa contratação começa com a análise correta das necessidades, com a identificação de alguém da equipe que possa ocupar a posição. Olhar para dentro de casa é o primeiro passo para manter um time motivado e uma empresa coesa.

Se não existir o perfil na empresa, não coloque na solicitação necessidades de um profissional sênior, com muitos títulos e experiência, para uma vaga de pleno e querendo pagar salário de júnior. Este é um erro grave que só atrai aventureiro.

Conhecer o perfil dos profissionais que trabalham no time é fundamental para a escolha do candidato. Um time unido, fechado e com particularidades deve ser respeitado em prol do sucesso da empresa.

Durante a entrevista, entenda o momento do candidato e o porquê ele se candidatou à vaga. Converse por, no mínimo, 30 minutos, deixe o candidato à vontade o suficiente para errar e tire-o do estado de concentração, aquele em que ele está tão duro e concentrado que não fala nada além do que está no script de qualquer entrevista.

A ideia não é derrubá-lo ou desclassificá-lo. Pelo contrário, é conhecê-lo e entender o seu momento pessoal e profissional, e o que será melhor para ambos.

Gastam-se tempo e preparo com a contratação, mas com certeza o investimento é muito menor do que contratar alguém que não desempenha direito, desagrega a equipe, não entrega no prazo e ainda transmite para o cliente a impressão errada sobre a empresa, causando prejuízos financeiros e institucionais.

E agora, pensando bem, o que é mais difícil: contratar ou demitir?

 

Alberto Marcelo Parada. Professor de MBA na FIAP. Palestrante e articulista, formado em administração de empresas e análise de sistemas, com especializações em gestão de projetos e outsourcing. Experiência de 20 anos ministrando treinamentos na capacitação de executivos, média gerência e níveis operacionais; executivo com mais de 25 anos de experiência em implantação de soluções de TI para grandes empresas.

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