HTML 5 – Parte 1

31 de julho de 2014
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Ao ser anunciada a versão 5 do padrão HTML, inicialmente parte do mercado não recebeu com grande entusiasmo, acostumado aos poucos recursos novos oferecidos de uma versão para outra. A verdade é que, desde que a versão 4.0 foi lançada em 1997, poucos avanços aconteceram nos dez anos seguintes. O padrão foi atualizado para 4.01 (praticamente uma errata) e o padrão XHTML foi criado e posteriormente atualizado para 1.1 – padrão este que se resume na HTML 4.01 com algumas variações em XML. A World Wide Web permaneceu praticamente estática neste período por várias razões.

Uma destas razões é que o W3C (órgão que regulamenta os padrões Web, entre eles a HTML) tem um ciclo de versão demorado, que exige versões de rascunho e períodos de contribuição da comunidade, sugerindo novos conceitos e posteriormente validando, concordando e discordando dos mesmos – processos estes que levam tempo.

Em segundo lugar, os fabricantes de navegadores web demoravam muito a adotar o novo padrão, por muitas vezes adotando-o parcialmente – isso quando não fugiam dele, criando elementos e conceitos particulares, tornando-o um website aderente apenas a este ou aquele navegador web. Alguns fabricantes atualizavam seus navegadores web e padrões suportados apenas na troca do sistema operacional, o que poderia levar até três anos para acontecer. Isso sem falar nos navegadores do mundo mobile.

Finalmente, como se os dois primeiros obstáculos não fossem o bastante, os internautas não atualizavam suas versões de navegador web – seja por inexperiência ou descaso –, permanecendo com versões antigas que não davam suporte ao novo padrão. O absurdo chega ao ponto de o Microsoft Internet Explorer, em sua versão 6.0, ter sido o navegador web mais utilizado na Internet brasileira, mais de 10 anos após seu lançamento. Esta incômoda liderança só foi vencida quando os websites mais acessados pelos brasileiros – o Facebook e o YouTube – passaram a barrar os usuários particularmente desta versão de navegador.

Como resposta à lentidão do W3C, uma comunidade paralela, formada por profissionais da Mozilla Foundation (fabricante do Firefox), Opera Software (navegador Opera) e Apple (Safari), foi criada em 2004 com o nome de WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group). O intuito era discutir novos padrões e recursos para a Web.

Recebendo posteriormente contribuições de outras empresas como Google e Microsoft, rapidamente o novo padrão foi ganhando forma. Tanto, que três anos depois foi submetido ao W3C, que por sua vez decidiu adotá-lo batizando-o de HTML5. O novo padrão ajudou a enterrar o XHTML 2.0, padrão que o W3C estava trabalhando em 2007, considerado por muitos um equívoco (o padrão não era sequer compatível com a versão 1.1).

À primeira vista, o HTML5 parece se tratar meramente de um conjunto de novas tags para renderização de texto e formulários. Essa impressão é reforçada ao se folhear a maioria dos livros disponíveis hoje no mercado, mas não se engane. Estas tags mencionadas são apenas a ponta do iceberg.

Embora seja chamada de HTML5 e a sigla signifique HyperText Markup Language – ou seja “linguagem de marcação de hipertexto” –, as novidades vão além disso. O HTML5 é um grande guarda-chuva tecnológico. Pendurados a ele estão o novo padrão CSS na versão 3 e uma imensa gama de novas APIs na linguagem JavaScript, estendendo as funcionalidades e possibilidades da WWW para patamares absolutamente impressionantes.

 

Henrique Poyatos é coordenador pedagógico de EAD e professor dos cursos de graduação e MBA da FIAP. Pós-graduado em Gerenciamento de Projetos e tecnólogo em Processamento de Dados (FIAP). Atua no mercado de desenvolvimento para Internet desde 1996 e coordenou projetos de tecnologia para empresas como Caixa Econômica Federal, Nossa Caixa, McDonalds, Metrô de São Paulo e clientes internacionais.

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