Comércio eletrônico: só com segurança!

17 de junho de 2013
Compartilhe

O Decreto 7.963 institui o Plano Nacional de Consumo e Cidadania e o Decreto 7.962 dispõe sobre a Contratação no Comércio Eletrônico, ambos publicados em 15 de Março de 2013. Estes decretos, dentre outros assuntos relacionados ao Consumidor e ao Comércio Eletrônico, definem regras de Segurança da Informação que a Organização precisará cumprir.

O Plano Nacional de Consumo e Cidadania no seu Artigo 5º define como ações a “garantia da privacidade, confidencialidade e segurança das informações e dados pessoais prestados ou coletados, inclusive por meio eletrônico”. A Organização que pratica o Comércio Eletrônico obrigatoriamente terá que garantir estas ações. Para ter este conjunto de ações, a Organização precisa ter um Processo Organizacional de Segurança da Informação, baseado na Norma NBR ISO/IEC 27002:2005 – Tecnologia da Informação – Técnicas de segurança – Código de prática para a gestão da segurança da informação. Uma loja pequena que coleta dados de clientes precisa garantir o sigilo dos dados pessoais. Para tanto, precisa ter um sistema de proteção para garantir o acesso apenas por funcionários autorizados e precisa assegurar que estes dados não serão facilmente copiados e utilizados de maneira fraudulenta por pessoas que tenham acesso ao computador desta pequena loja.

No caso acima, a questão da confidencialidade-sigilo da informação é o elemento de destaque.

Porém, o Decreto 7.692-2013 exige outras características da segurança da informação, tais  como a integridade e a disponibilidade da informação. No seu Artigo 4º. O Decreto indica que o fornecedor deverá:

– confirmar imediatamente o recebimento e aceitação da oferta (Disponibilidade);

– disponibilizar o contrato ao Consumidor (Disponibilidade e Controle de Acesso);

– manter o serviço adequado e eficaz de atendimento (Disponibilidade, Integridade, Confidencialidade, Controle de Acesso, Autenticidade das partes);

– confirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor (Disponibilidade, Controle de Acesso, Integridade, Autenticidade); e

– utilizar mecanismos de segurança eficazes para pagamento e para tratamento de dados do consumidor (Disponibilidade, Confidencialidade, Autenticidade, Integridade, Técnicas de criptografia)

O Artigo 5º ainda exige que o arrependimento do Consumidor será comunicado imediatamente pelo Fornecedor à instituição financeira ou administradora de cartão de crédito. Também deverá ser enviada ao consumidor a confirmação do recebimento da sua manifestação de arrependimento. Este item contempla fortemente a Disponibilidade, mas também exige a Integridade e Autenticidade.

Em resumo, uma Organização que se propõe a vender pelo Comércio Eletrônico tem que desenvolver ou aprimorar o seu Processo Organizacional de Segurança da Informação. Com o detalhe que tudo isto acontece no ambiente virtual. Neste ambiente, a diferença de uma Organização de grande porte para outra de pequeno porte não existe, pois a porta de entrada de qualquer uma delas é um clique.

 

Proteja a informação da sua empresa antes que seu cliente de comércio eletrônico lhe dê uma lição, de acordo com a lei, e com certeza cobrando uma boa indenização por falha de segurança da sua Organização.

 

*Edison Fontes. Mestre em Tecnologia, possui as certificações internacionais de CISM, CISA e CRISC. É consultor, gestor e professor de Segurança da Informação dos cursos de pós-graduação da FIAP. Compartilha seu conhecimento como colunista do site Information Week. Autor dos livros: Políticas e Normas para a Segurança da Informação (Editora Brasport), Clicando com Segurança (Editora Brasport), Praticando a Segurança da Informação (Editora Brasport), Segurança da Informação: o usuário faz a diferença! (Editora Saraiva) e Vivendo a Segurança da Informação (Editora Sicurezza). Atua na área de Segurança da Informação desde 1989.

 

Nosso site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.

Prosseguir