Mercado de trabalho em TI para Analistas de Processos (ITIL)

7 de outubro de 2013
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Atualmente, uma das áreas mais promissoras e badaladas do mercado de TI está ligada a Processos de Gestão de Serviços. O que poucos sabem é onde e como surgiu a carreira.

A precursora da ITIL® surgiu em 1982, mas não levava esse nome e sim GITIM – Government Information Technology Infrastructure Management – e era um conjunto de 40 livros, diferente da ITIL como conhecemos, mas com o mesmo objetivo: documentar as melhores práticas de gerenciamento da TI.

Uma lenda diz que no final da Guerra das Malvinas (ou Falkland), em 1982, o governo britânico fez um balanço e percebeu que tinha gasto um valor astronômico no conflito e, como não se conseguia determinar de onde exatamente vieram os gastos, obviamente culparam o pessoal de TI. O resultado foi uma bronca generalizada da rainha e uma nova missão foi passada: elaborar uma maneira de gerenciar as atividades e os custos deste povo de TI.

Além de realmente ser muito bom e claro, o fato de ter vindo dos “gringos”, rapidamente contaminou as empresas mundo afora, conseguindo resultados que foram sentidos de imediato, não só no controle de gastos, mas principalmente na qualidade dos serviços prestados por TI.

Para implementar e gerenciar estas novas atividades, um verdadeiro batalhão de novos profissionais surgiram, consumindo, como uma revoada de gafanhotos, todas as certificações e melhores práticas que surgem constantemente no mercado.

Estes profissionais passaram a escarafunchar, mapear e documentar tudo o que acontece nas empresas; têm a missão de traduzir, qualificar e padronizar tudo o que acontece na área de TI; hoje, ocupam espaço em todas as verticais que suportam a tecnologia nas corporações. Atualmente é impossível não encontrar um profissional de processo, desde a aquisição de um equipamento até a homologação e expedição de um produto ou serviço.

Mesmo tendo nascido há cerca de 30 anos, sua adoção por empresas tupiniquins não superam metade desse tempo. Obviamente, a carreira aterrissou aqui embalada pelos braços das multinacionais que tinham que atender aos padrões da matriz. Para não perder espaço e mercado, as nacionais correram para se enquadrar em mais um padrão internacional e hoje é consenso que a ausência de processos em uma corporação é certeza de baixa qualidade e ineficiência.

Mirando o futuro, existe uma boa possibilidade que parte das atividades executadas pelos atuais analistas de processos seja de conhecimento mandatório dos profissionais nativos de outras áreas de TI.

Clareando este conceito, hoje, os analistas de processos são responsáveis pelo mapeamento, elaboração e implantação dos processos e melhores práticas que regem a TI, e na doutrinação dos profissionais da área.

A busca crescente por generalistas que o mercado vem fazendo irá, em pouco tempo, transformar o que é hoje desejável em obrigatório, ou seja: os profissionais que adentrarão nas empresas terão como pré-requisitos para a sua contratação, não só o fundamento do conhecimento em processos, mas uma certificação no assunto, mesmo para ocupar funções que aparentemente não teriam muita relação com as atividades de processos.

A diversidade de opções para a carreira dos profissionais de processos vai continuar avançando a passos largos, graças a uma infindável necessidade por redução de custos e melhoria de performance e resultado que as empresas necessitam para continuarem competitivas.

O importante a ser dito aos profissionais que ingressam na carreira de processos não é sobre as enormes possibilidades de crescimento, nem a variedade de empresas e indústrias que eles terão para trabalhar, muito menos a quantidade de regras, metodologias ou certificações que eles terão que conseguir para uma ascensão profissional consistente. Com certeza, o mais importante é alertar estes profissionais que agora desbravam a carreira de processos que eles necessitarão de muita paciência para entender a situação atual das empresas, habilidade para mostrar que mudanças são necessárias, sem que para isso desdenhe o que existe e, principalmente, muita sabedoria para catequizar, todos os dias, quem insiste em não querer melhorar, mesmo que esses sejam os diretores ou os donos das empresas que os contrataram.

 

Alberto Marcelo Parada. Bacharel em Administração de Empresas e Análise de Sistemas, com especialização em Gestão de Projetos pela FIAP. Já atuou em empresas como IBM, CPMBraxis, Fidelity, Banespa, entre outras. Atualmente, integra o quadro docente nos cursos de MBA da FIAP. Diretor de Projetos Sustentáveis da Sucesu-SP

 

 

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