Perícia Computacional: o que você precisa conhecer?

10 de outubro de 2013
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É importante estar ciente que os atos ilícitos praticados, em geral, deixam rastros que possibilitam a realização de atividade investigativa. No momento atual, diversos rastros são obtidos através dos diversos meios de processamento, armazenamento e comunicação de dados, incluindo dispositivos de uso pessoal, tais como notebooks, tablets e smartphones.

 

Neste aspecto, todos nós devemos nos colocar como possíveis investigadores ou possíveis investigados.

 

Para quem investiga, conhecer as ferramentas, as metodologias e a legislação para que ações de perícia não sejam questionadas, é algo essencial. Todos devem estar cientes de que um possível deslize pode ocorrer pelo desconhecimento na arte pericial, ou até mesmo um descuido pelo uso inadequado de ferramentas e metodologias, podendo comprometer os resultados de uma investigação conduzida pelo perito (quando nomeado pelo juiz) ou assistente técnico (quando contratado pelo requerido ou requerente).

 

Para quem pode vir a ser investigado, conhecer as formas de se proteger para evitar a exposição de informações ao investigador pode ser algo essencial. Neste caso, são chamadas técnicas antiforenses as diversas práticas baseadas em processos e tecnologia que podem assegurar proteção adequada de informações, quando o investigado deseja se proteger de ações invasivas.

 

Estamos, portanto, em um cenário de aplicação de estratégia, onde a prática investigativa por si só não escolhe o lado que irá defender, atuar ou proteger. As técnicas periciais em si não determinam se as mesmas serão utilizadas para o bem ou para o mal, sendo apenas uma questão humana (ética e moral) que irá determinar como os conhecimentos adquiridos na arte investigativa estarão sendo aplicados na prática.

 

Há ainda uma forte carência de profissionais habilitados na arte da perícia computacional. Alguns fatores levam a esta carência, entre eles a pequena quantidade de profissionais hoje formados, treinados ou certificados na prática investigativa; a quantidade insuficiente de instituições e empresas que oferecem formações na área de perícia computacional; a escassez de profissionais com experiência no mercado nas diversas áreas de Tecnologia e Segurança da Informação, aptos e interessados em ingressar na área pericial; e, por último, a identificação da necessidade de se aplicar ações preventivas periciais que possibilitem a devida adoção de tecnologias e protocolos para preservação de evidências, dentre elas, o preparo de profissionais em empresas e instituições à prática de protocolos investigativos, pois uma decisão equivocada sobre uma evidência pode levar a perder todo um processo investigativo.

 

Prepare-se, pois as oportunidades na área pericial irão crescer gradativamente. O mercado de trabalho espera que você esteja preparado.

 

Marcelo Lau – professor dos cursos de MBA em Gestão de Segurança da Informação na FIAP. Diretor executivo da Data Security no Brasil. Atuou mais de 12 anos em bancos brasileiros em Segurança da Informação e Prevenção à Fraude. É Engenheiro eletrônico da EEM com pós- graduação em administração pela FGV e mestre em ciência forense pela POLI/USP.

 

 

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