A Mata Atlântica, um dos principais hotspots para a conservação da biodiversidade
do mundo, segue gravemente ameaçada. Restaurá-la pode contribuir de forma
significativa para o sequestro de carbono e para o sucesso da meta de reduzir
1,5º C de aquecimento global até o final do século 21. A recuperação dos seus serviços
ecossistêmicos é essencial tanto para a economia e população brasileira como para
o planeta, e já existe uma estrutura de governança para realizá-la. A reversão do seu ponto
crítico pode tornar o bioma uma referência para a Década da Restauração de Ecossistemas da ONU.

O bioma é responsável por 80% da economia e abriga 70% da população brasileira
(145 milhões de pessoas). Atualmente, as principais cidades, centros urbanos e indústrias
do país dependem dos seus serviços ecossistêmicos. É a principal região agrícola
do Brasil, produzindo a maioria das culturas básicas e dos alimentos consumidos
internamente, sendo também responsável pela polinização de importantes culturas.

Os vetores mais determinantes para o desmatamento nos últimos anos têm sido
a expansão agrícola em regiões específicas dos estados da Bahia, Minas Gerais,
Paraná e Santa Catarina, assim como a urbanização em cidades de médio e grande
porte, a infraestrutura de turismo e a aquicultura em regiões costeiras.

Além de interromper urgentemente o desmatamento, restaurar os ecossistemas
é essencial na luta contra as mudanças climáticas e para o sucesso da meta de variação
máxima de 1,5º C. Ambas as soluções, baseadas na natureza,

Além de interromper urgentemente o desmatamento, restaurar os ecossistemas é essencial na luta contra as mudanças climáticas e para o sucesso da meta de variação máxima de 1,5º C. Ambas as soluções, baseadas na natureza, estão entre as que têm custo mais baixo e implementação mais fácil no curto prazo, se comparadas às soluções que buscam mudar a matriz energética ou eliminar os combustíveis fósseis.

estão entre as que têm custo mais baixo e implementação mais fácil no curto prazo,
se comparadas às soluções que buscam mudar a matriz energética ou eliminar
os combustíveis fósseis.

Devido à sua importância estratégica para as mudanças climáticas e serviços
ecossistêmicos, a ONU declarou o período entre 2021-2030 como a Década da
Restauração de Ecossistemas. Além disso, o plano setorial do país para a vegetação
(PLANAVEG) pretende restaurar 12 milhões de hectares de floresta até 2030.
O Pacto da Mata Atlântica planeja restaurar 15 milhões de hectares até 2050,
com uma rede de projetos que se estende por todo o bioma.

Só a restauração das Áreas Permanentes de Proteção (APPs) degradadas, conforme
exigido pelo Código Florestal, resultaria na plantação de 4 a 7 milhões de hectares
de floresta, bem como no sequestro de uma quantidade substancial de gases de efeito
estufa. Seriam construídos corredores florestais que poderiam conectar áreas protegidas
aos fragmentos remanescentes em terras privadas.

A SOS Mata Atlântica, uma ONG de longa história na preservação ambiental, tem como
principal missão inspirar a sociedade na defesa da Mata Atlântica. Tendo como principais
causas a restauração da floresta, a valorização de parques e reservas, a preservação
e manutenção da bacia hidrográfica e a proteção do mar, também parte importante
do ecossistema.

ESG significa Enviroment, Social and Governance. Essas três palavras ganharam muita
atenção nos últimos anos. As empresas perceberam que para lucrar, não basta focar
na venda de produtos, é preciso engajar-se com as questões ambientais e sociais,
comprometendo-se com políticas de sustentabilidade e de governança para promover
ética em seus negócios.

Esses fatores se tornaram tão importantes que, para analisar o risco de uma empresa,
os fundos de investimento e empresas especializadas passaram a analisar o desempenho
das empresas nesses três campos.

No campo ambiental, os principais indicadores de desempenho são a adoção de medidas
de preservação ambiental por parte da empresa,

No campo ambiental, os principais indicadores de desempenho são a adoção de medidas de preservação ambiental por parte da empresa, a redução e compensação de gases do efeito estufa, maior eficiência energética e utilização de matriz limpa, além da gestão de resíduos e afluentes.

a redução e compensação de gases do efeito estufa, maior eficiência energética
e utilização de matriz limpa, além da gestão de resíduos e afluentes.

Na esfera social, leva-se em conta a adoção de políticas de inclusão de minorias nos
quadros da empresa, inclusão das minorias em cargos de liderança e comando, respeito
aos direitos humanos e trabalhistas, privacidade dos dados dos funcionários e clientes e
as ações para a comunidade, como filantropia e projetos de impacto social.

A governança, por sua vez, está relacionada à independência do conselho de
administração, à diversidade, ao cumprimento dos princípios éticos em seus negócios
e também da transparência no seu funcionamento da organização.

Lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan,
o Pacto Global é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações
a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente
e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento
dos desafios da sociedade. Essa é hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa
do mundo, com mais de 16 mil membros, entre empresas e organizações, distribuídos
em 69 redes locais, que abrangem 160 países.

A iniciativa fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania,
por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras. Os 10 princípios
do Pacto, muito alinhados com a visão do ESG, são:

Trabalho:

• As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva.
• A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório.
• A abolição efetiva do trabalho infantil.
• Eliminar a discriminação no emprego.

direitos humanos:

• As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
• Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.

meio ambiente:

• As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.
• Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.
• Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.

Anticorrupção:

• As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas,
  inclusive extorsão e propina.

Muitas vezes deixadas de lado por ordem financeira de curto prazo, as questões
ambientais impactam e impactarão profundamente a sociedade e as economias
em longo prazo. Além disso, as empresas têm sido cobradas pela sua responsabilidade,
não só com a geração de empregos e com a venda de seus produtos e serviços, mas
também pela maneira como elas têm lidado com as questões de ESG.

O grande gargalo, além da vontade política, humana e social ainda é a falta das
ferramentas certas para atuar. E é neste ponto que entra a tecnologia Verde e a tecnologia
para o Verde. Com as mais diversas soluções tecnológicas, as empresas têm grandes
possibilidades de evoluir em seus indicadores de ESG. Seja com aplicativos, gadgets, IoT,
automação, robótica ou outras inovações.

Por que não falar em Environment 4.0? As tecnologias promovendo ações de melhoria,
preservação e sustentabilidade.

Algumas tecnologias, como os motores a combustão, podem ser substituídas por
motores a hidrogênio ou motores elétricos. Sistemas de coleta e tratamento de resíduos
e esgotos podem ser mais inteligentes e eficazes. Aplicativos em Realidade Aumentada
podem comunicar ao cliente o papel ecológico da empresa, bem como de suas ações.

Como em todas as áreas econômicas e sociais, a tecnologia está assumindo um papel
central de liderança na transformação. Boas práticas em nosso dia a dia podem auxiliar
nesse processo transformador, mas a gameficação desses cuidados, a inserção
de tecnologia e inteligência são os grandes aliados para acelerarmos positivamente
essa evolução.

Por isso, convidamos você a pensar com a gente e com os nossos parceiros,
como a tecnologia, a inovação e a criatividade podem resolver os grandes problemas
ambientais, construindo um mundo melhor.