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Tecnologia

Você é um líder técnico ou estratégico? Um guia para movimentar sua carreira em tecnologia

Publicado

18 de novembro

lideranca tecnica
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Resumo

Todos desejam crescer na carreira, mas nem todos querem se tornar gestores – ou têm perfil para isso. Para além do tradicional caminho de se tornar “chefe”, cresce a possibilidade de ser um líder técnico, aquele que desenvolve visão estratégica não para abandonar a tecnologia, mas para garantir que ela tenha um papel central na mesa de decisões, sendo parte do motor do negócio.   

Você provavelmente conhece alguém que virou líder porque era o melhor técnico da equipe. Inclusive, talvez essa pessoa seja você. Aquele profissional que resolve bugs impossíveis, domina a arquitetura, desenha as melhores jornadas de usuário, conhece cada detalhe da infraestrutura.  

Em algum momento, a empresa olha para esse histórico e conclui: “é hora de uma promoção”

Esse movimento é comum no mundo da tecnologia. Pesquisas com executivos de TI mostram que a maioria dos líderes veio de trajetórias altamente técnicas, especialmente em cargos como tech lead, arquiteto de software, líder de produto ou até CIO.

O problema é que a promoção não vem com um novo “sistema operacional de liderança” instalado por padrão. 

De repente, quem sempre foi valorizado por responder “como vamos fazer?” passa a ser cobrado por outra pergunta: “para onde o negócio precisa ir e por quê?”. 

É nesse ponto que muitos líderes técnicos percebem um gap: dominar o código, a arquitetura ou o backlog já não é suficiente.  

De repente, a habilidade de otimizar um algoritmo parece menos urgente do que convencer a diretoria a investir em uma nova tecnologia ou justificar o ROI (Return on Investment) de uma refatoração. 

Agora, é preciso dominar também a linguagem dos negócios, da estratégia e das pessoas. O mercado e as posições C-level exigem não apenas Líderes Técnicos, mas Líderes Estratégicos

Mas qual é, afinal, a diferença real entre esses dois perfis? E, mais importante: como transitar de um para o outro sem perder a sua essência tech? 

Liderança Técnica vs. Liderança Estratégica: qual o próximo passo? 

Para entender melhor, precisamos olhar para o foco de atuação. Não se trata de uma hierarquia onde um é “melhor” que o outro, mas de escopos de impacto diferentes. 

Enquanto a liderança técnica olha para dentro (para o time, para o código, para a qualidade da entrega), a liderança estratégica olha para fora e para frente (para o mercado, para o cliente, para o futuro do negócio). 

Segundo o Future of Jobs Report 2023 do Fórum Econômico Mundial, o pensamento analítico e o pensamento criativo são as habilidades mais importantes para os trabalhadores hoje. No entanto, para líderes, a lista muda: curiosidade, aprendizado contínuo (lifelong learning), resiliência e influência social sobem ao topo. Isso sinaliza que o futuro do trabalho exige líderes que saibam navegar na incerteza, e não apenas resolver problemas conhecidos. 

 O que define um líder técnico? O mestre do “como” 

O Líder Técnico (Tech Lead, Engineering Manager, Staff Engineer) é o guardião da excelência. Quando uma ideia mirabolante surge no departamento de marketing, é ele quem avalia a viabilidade, estima o esforço e define a arquitetura. 

O líder técnico é a pessoa que garante que as coisas funcionem, transformando visão em sistema, estratégia em arquitetura, backlog em entregas reais.  

O foco principal deste líder é o “Como”

  • Como vamos construir isso? 
  • Como garantimos que o sistema aguente a Black Friday? 
  • Como mantemos a dívida técnica sob controle? 

As características do Líder Técnico: 

  • Mentoria e hands-on: ele “fala a língua” dos devs. Mesmo que não code 100% do tempo, ele participa de Code Reviews e desenha arquiteturas. Sua autoridade vem do conhecimento técnico profundo. 
  • Defensor da qualidade: ele briga por testes automatizados, documentação e boas práticas. Ele entende que atalhos hoje são bugs amanhã. 
  • Tradutor tático: ele recebe as demandas de negócio e as traduz em tarefas técnicas (tickets, user stories) que o time consegue executar. 
  • Gestão de bloqueios: o dia a dia é focado em remover impedimentos para que o time tenha alta performance. 

Esse perfil é essencial em qualquer organização orientada por tecnologia. Mas é justamente aqui que o “paradoxo da liderança técnica” aparece: as competências que levam alguém ao topo como especialista não são exatamente as mesmas que o levarão ao próximo nível como líder estratégico. 

 O que define um líder estratégico? O arquiteto do “porquê” 

Em cargos de Head, Diretor, VP ou C-Level (CTO, CIO, CDO), a excelência técnica deixa de ser o diferencial e passa a ser commodity. O jogo muda. O código não é mais o produto final; o resultado de negócio é. 

O Líder Estratégico foca no “Porquê” e no “O Quê”

  • Por que estamos construindo isso e não aquilo? 
  • O que essa tecnologia vai gerar de valor para o cliente final? 
  • Por que devemos priorizar isso agora e não ano que vem? 

As características do Líder Estratégico: 

  • Visão de negócio: entende como a empresa ganha dinheiro. Ele não vê “servidores”, vê “custo operacional vs. receita”.  
  • Gestão de stakeholders: o líder estratégico navega pela política organizacional, alinha expectativas com o CEO, o Financeiro e o Marketing. Ele “vende” a visão da tecnologia para quem não é de tecnologia. 
  • Gestão de risco: o líder estratégico navega na ambiguidade. Ele toma decisões com informações incompletas, apostando em tendências de mercado. 
  • Cultura e pessoas: ele não gerencia apenas tarefas, ele projeta a cultura organizacional. Ele se preocupa com a retenção de talentos a longo prazo, diversidade e a estrutura dos times. 

Onde você está hoje na sua jornada? 

Não existe uma hierarquia moral entre liderança técnica e liderança estratégica. As duas são fundamentais, coexistem e se alimentam. Toda organização precisa de pessoas que vão fundo no “como” e de pessoas que desenham o “porquê” e o “para onde”. 

A questão é outra: que tipo de problema você quer passar a maior parte do seu tempo resolvendo nos próximos anos? 

 A armadilha da zona de conforto técnica 

Relatórios recentes sobre o futuro do trabalho apontam um dado importante: quase 40% das habilidades consideradas essenciais hoje devem mudar até o fim da década. Isso significa que a carreira baseada apenas no “que você sabe tecnicamente” tende a se tornar cada vez mais instável. 

Uma das armadilhas mais comuns na jornada de líderes técnicos é permanecer para sempre na zona de conforto da expertise. Afinal, é ali que você construiu sua reputação, sua segurança e seu reconhecimento. 

O problema é que, quando a organização precisa de alguém para ocupar uma posição de maior impacto, seja liderando múltiplas squads ou uma área inteira, ela buscará profissionais que consigam conectar decisões técnicas a métricas de negócio. 

A grande transição: do código para a sala de reuniões 

A virada de chave acontece quando você para de se perguntar “Essa é a melhor tecnologia?” e começa a perguntar “Essa é a melhor decisão para a empresa neste momento?”. 

Parece sutil, mas é uma mudança radical de mentalidade. 

Imagine um cenário: O time quer reescrever todo o legacy em uma nova linguagem moderna (Rust ou Go), pois é tecnicamente superior. 

  • O Líder Técnico tende a apoiar, focado na performance, na felicidade do time e na modernização. 
  • O Líder Estratégico analisa: “Isso vai parar o roadmap de produtos por 6 meses? Qual o custo de oportunidade? O cliente vai perceber a diferença?”. Se a resposta não justificar o investimento, o líder estratégico diz “não” para a tecnologia incrível em prol da saúde do negócio. 

 Decidindo seu caminho: aprofundar ou expandir? 

Depois de reconhecer onde você está, vem a pergunta prática: qual é o próximo passo? E a resposta é: depende do que você deseja e do seu perfil.  

Felizmente, cresce a possibilidade de ter uma carreira em Y, ou seja, o Analista se torna Especialista, e não Coordenador.  

De forma simplificada, são dois movimentos possíveis: 

  • Caminho do Especialista: se você ama o “Como” e não quer lidar com orçamentos e política, você pode evoluir para Staff Engineer,Principal Engineer ou Distinguished Engineer. Esses são cargos de altíssimo nível, muito bem remunerados, onde a liderança é puramente técnica e de influência, sem necessariamente gerir pessoas. 
  • Caminho do Executivo: se você quer ter impacto na direção da empresa, moldar produtos e negócios, o caminho é a gestão executiva (Engineering Manager, Diretor, VP, CTO). Aqui, você precisará abrir mão de codar para estudar estratégia, liderança e negócios. 

Futuro: líderes que combinem técnica e visão estratégica 

A boa notícia é que o futuro do trabalho é otimista para quem tem background técnico. As empresas estão se tornando empresas de software, independentemente do setor (bancos, varejo, saúde). 

Isso significa que CEOs com background técnico serão cada vez mais comuns. A era dos executivos que não entendem o core digital de seus negócios está chegando ao fim. 

Portanto, desenvolver visão estratégica não é abandonar a tecnologia. Pelo contrário: é dar à ela o lugar de destaque que ela merece na mesa de decisões. É garantir que a inovação não seja apenas um departamento, mas o motor do negócio. 

Imagem de Redação FIAP

Autora

Redação FIAP

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