Ciclo de Palestras – Empresa Junior FIAP – ADUS (Instituto de Reintegração de Refugiados)

13 de setembro de 2013
Compartilhe

Dando continuidade ao Ciclo de Palestras promovido pela Empresa Júnior da FIAP, em 11 de setembro, alunos de Administração, Engenharia da Computação e Sistemas de Informação puderam assistir à apresentação de Marcelo Haydu, Diretor Executivo da ONG Adus (Instituto de Reintegração do Refugiado). O palestrante trouxe, ainda, um dos beneficiados pela Organização, Eric, da República Democrática do Congo, que relatou a todos seus primeiros momentos no Brasil e a contribuição da ONG para que se estabelecesse aqui.

Haydu explicou que a escolha do nome da ONG se deu por seu significado: “adus é uma palavra em latim que significa acesso, caminho ou entrada”. Ele conta que o intuito da Adus é, justamente, oferecer essa possibilidade de o refugiado encontrar ou construir seu caminho em São Paulo. “Provemos o ensino do português, iniciamos o refugiado no mercado de trabalho brasileiro para que ele obtenha sua própria renda e, através de diversas outras ações, apresentamos nossa cultura a ele”, conta. Um exemplo destas ações é uma parceria firmada com o SESC Itaquera. Todos os refugiados atendidos pela Adus passam um dia inteiro desfrutando das atividades promovidas pelo espaço, de maneira gratuita.

Mostrando a importância deste empreendedorismo social, o palestrante – que é mestre em Ciências Sociais – apresenta dados sobre refugiados no Brasil: são, aproximadamente, 4.700 novos no país a cada ano, vindos de mais de 79 localidades diferentes. Normalmente, eles se escondem em navios para chegar a lugares que, muitas vezes, nem eles próprios sabem. “Já ouvi pessoas dizendo que entraram nas embarcações a caminho ‘da América’ e pensaram que chegariam aos Estados Unidos”, lembra. Ainda segundo Haydu, as viagens da África – país com maior número de saída de refugiados – ao Brasil demoram, em média, de 20 a 40 dias.

 Toda fonte de trabalho da Adus é voluntária: em toda a organização não há só um funcionário remunerado. Os apoiadores não contribuem somente com as iniciativas internas da ONG, como têm de “apadrinhar” um refugiado e facilitar seu relacionamento com a Organização e sua reintegração à sociedade. Além do voluntariado, outras parcerias também contribuem para o sucesso do empreendimento, como, por exemplo, com a escola de línguas Wizard, com o cursinho pré-vestibular Do XI, na região central de São Paulo, e a com a Cruz Vermelha, que provém atendimento médico básico aos recém-chegados.

O preconceito também é uma preocupação da Adus, que promove palestras em empresas para conscientização e sensibilização destas com a temática. “Há preconceito e ‘olhares tortos’ por parte de quem não compreende o que é ser um refugiado”, afirma. Segundo Haydu, o crescimento econômico nacional diminuiu a contribuição que empresas internacionais costumam fazer a ONGs brasileiras. Por causa do pouco recurso disponível, o empreendedor ainda diz que se surpreendeu com um ambiente competitivo entre as “não-governamentais”.

No fim da palestra, os estudantes puderam fazer perguntas a Eric. O congolês lembrou-se da situação insustentável que vivia em seu país de origem: “minha vida corria perigo”. A transformação oferecida a ele carece de contribuições, de acordo com o apelo de Haydu  por mão de obra na área de administração. Aos estudantes da FIAP, ele fez o convite para integrarem o quadro de voluntários da Organização. Aos interessados, a próxima reunião da Adus acontece neste sábado (14), a partir das 9h40. O endereço da ONG é Rua Rodésia, 398, na Vila Madalena.

 

 

Nosso site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.

Prosseguir