A hora certa para mudar de emprego

15 de maio de 2014
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Nem sempre o tão desejado desafio ou a remuneração sonhada são garantias de que é o momento correto de mudar de emprego. A decisão não é tão simples e deve ser feita cuidadosamente.

Para cada fase da carreira e cada posição no organograma, o peso e as análises são distintas. Aos iniciantes, com menos responsabilidades pessoais, salários menores e, consequentemente, menor visibilidade corporativa, a decisão pode (e deve) ser baseada em dinheiro, conhecimento e desafios. Se não for nada do que imaginou e chegar à conclusão que fez uma escolha errada, os prejuízos são pequenos e administráveis. Muitas vezes, nesta situação o pai ainda é o grande mantenedor e as sequelas são mínimas.

Quanto mais se sobe no organograma, mais cuidado deve-se tomar. Dinheiro e desafio não são garantias de sucesso, muito menos de empregabilidade. Para mudar de emprego em nível gerencial e executivo devem-se levar em consideração quais os apoios políticos terá na nova empresa.

Entrar em um ambiente onde não se conhece ninguém é muito arriscado. Não é raro encontrar executivos que não ficaram mais de seis meses em uma posição simplesmente porque não conquistaram a simpatia da chefia imediata ou por alterações organizacionais que atingem aquele que menos raízes possui com seus pares e com a empresa.

A desmotivação e a sensação de não ter mais para onde ir pode parecer um sinal de fim de linha. Mas nem sempre é! Uma mudança de área na mesma empresa pode trazer mais benefícios a longo prazo do que a mudança de empresa.

Contudo, tome muito cuidado. Ficar muitos anos na mesma empresa sem um crescimento vertical expressivo pode, a longo prazo, denegrir sua imagem na empresa e no mercado. Não mudar por comodismo é um bom indício para mudarem com você.

Ultimamente, uma situação que vem expondo os profissionais ao limite são as crises governamentais e institucionais que afetam as empresas. A atual, das empresas europeias, vem causando, em suas subsidiárias, um mal estar muitas vezes insuportável.

A aposta para quem está nesta situação fica em: acreditar que as subsidiárias lucrativas podem ajudar a matriz a se recuperar, ou lembrar da época da colonização, onde o objetivo era extrair o possível da colônia. Neste caso, sair o mais rápido possível é a melhor opção.

O importante é lembrar que todo grande risco traz, além de grandes medos, excelentes oportunidades. A decisão é como em um jogo de pôquer: permanece quem tem mais poder de blefe e fichas para pagar para ver.

As dicas para quem pretende mudar de emprego são:

  1. Saiba exatamente porque quer mudar de emprego: motivação, chefe e situação corporativa mudam todos os dias. Não seja passional;
  2. Imagine-se daqui a dois anos e responda se a empresa que você está e a que você quer ir podem lhe oferecer oportunidades para chegar efetivamente onde você quer;
  3. Cuidado com o voo de galinha: uma história bem contada e uma boa indicação podem levá-lo a uma ótima posição. Tenha humildade para saber se a cadeira que irá sentar é ou não maior do que você;
  4. Sua estabilidade e paz não estão ligadas apenas ao seu bom desempenho. Procure saber qual o momento da empresa que lhe fez a proposta e se terá realmente condições de alcançar os objetivos para qual está sendo contratado.

E o último e talvez o mais importante de todos: decida mudar de emprego no momento que melhor estiver, porque como um jogador de futebol, o melhor momento para negociar seu passe é quando você está em alta. Em momentos de baixa, nem time da segunda divisão quer jogador desesperado.

 

Alberto Marcelo Parada. Professor de MBA na FIAP. Palestrante e articulista, formado em administração de empresas e análise de sistemas, com especializações em gestão de projetos e outsourcing. Experiência de 20 anos ministrando treinamentos na capacitação de executivos, média gerência e níveis operacionais; executivo com mais de 25 anos de experiência em implantação de soluções de TI para grandes empresas.

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