Prince 2 ou PMBoK?

21 de setembro de 2011
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Com a busca constante de técnicas de gerenciamento de projetos, o mercado brasileiro tem amadurecido na utilização dos processos indicados pelo PMBOK, mas o Prince 2 já começa mostrar suas características.

 Tendo em vista a Copa do Mundo de 2014, que demandará grandes investimentos em infraestrutura, tecnologia e energia, as maiores construtoras e prestadores de serviços do país investem pesado na capacitação de seus times nas práticas do Framework do PMI(Project Management Institute). Outro grande evento – as Olimpíadas de 2016 – está provocando a oportunidade se conhecer outro modelo de Gestão de Projetos: o britânico Prince 2.

Entendendo a diferença

PMBOK

O PMBoK(Project Management Body of Knowledge), conhecido como a “bíblia” em Gestão de Projetos, em sua última versão de 2008(4ª edição) lançado pelo PMI(Project Management Institute) dos EUA, possui 42 processos distribuídos em nove áreas de conhecimento:

  • Integração
  • Escopo
  • Tempo
  • Custo
  • Qualidade
  • Comunicação
  • RH
  • Risco
  • Aquisições

 

Definidos em cinco Grupos de Processos:

  • Iniciação
  • Planejamento
  • Execução
  • Monitoramento e Controle
  • Encerramento

É definido, pelo próprio PMI, como sendo “Um padrão reconhecido para a profissão de gerenciamento de projetos. Um padrão é um documento formal que descreve normas, métodos, processos e práticas estabelecidas”.

Em resumo, de acordo com a descrição do PMI, o PMBOK é um GUIA contendo boas práticas reconhecidas de profissionais de Gerenciamento de Projeto. Indica o que fazer.

 

Prince 2

O PRojects IN Controlled Environments (PRINCE), em sua última revisão Junho de 2009, foi desenvolvido pela OGC (Office of Government Commerce) que é um órgão do governo britânico ligado ao Gabinete de Governo(Cabinet Office) desde Junho de 2010.

 O PRINCE2 é baseado em sete princípios:

  • Justificativa comercial
  • Lições aprendidas
  • Papeis e responsabilidades
  • Gestão por etapas/estágios
  • Gerenciamento por exceção
  • Produto focado
  • Ajuste/Adaptação

 As abordagens para a concretização destes princípios estão descritos em sete temas:

  • Caso de negócio (Por quê ?)
  • Organização (Quem ?)
  • Qualidade (O Quê?)
  • Planos (Como, Quanto e Quando?)
  • Riscos (O que fazer se?)
  • Mudanças (Qual o impacto?)
  • Progresso (Onde estamos agora?)

 O fluxo é descrito por meio dos processos subjacentes:

  • Iniciando um projeto
  • Direcionando um projeto
  • Iniciar um projeto
  • Controlando um estágio
  • Gestão das fronteiras do estágio
  • Fechando um projeto

 É definido pela própria OGC como “um produto internacional de classe mundial e é o método padrão para gerenciamento de projetos, até porque incorpora muitos anos de boas práticas em gerenciamento de projetos e fornece uma abordagem flexível e adaptável para atender todos os projetos. It is a project management method designed to provide a framework covering the wide variety of disciplines and activities required within a project. É um método de gerenciamento de projetos concebidos para proporcionar um quadro que abranja a grande variedade de disciplinas e atividades necessárias dentro de um projeto”.

Em resumo, de acordo com a descrição da OGC, o Prince 2 se posiciona como método.

Se considerarmos a palavra método endereçando metodologia, o Prince 2 iria além do PMBOK, pois indicaria o “como fazer”.

Concluindo, os dois fornecem trilhas a serem seguidas e não trilhos(onde você fica preso a um determinado caminho). Portanto o framework e/ou modelo a adotar, é aquele que melhor se adapta à sua organização.

O que recomendo?  Conhecer melhor ambos os modelos e adotar suas melhores práticas. Cada organização poderá encontrar a melhor adaptação. Devemos sempre estar atentos a novos movimentos, que beneficiem o papel do Gerente de Projetos no dia a dia.

Algumas empresas de TI/Telecom do Reino Unido têm contratado Gerentes de Projetos com exigência de domínio do Prince 2 para atuarem em projetos relacionados aos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Como as Olimpíadas serão no Brasil em 2016, já há um certo movimento dos profissionais de Gerenciamento de Projeto para conhecer melhor o Prince 2. Pode ser um dos caminhos para que o modelo venha a ter maior participação na cultura brasileira em Gerenciamento de Projetos nos próximos tempos. Somente o tempo dirá !

Adriano Neves – Professor do Centro de Pós-Graduação da FIAP. Mestre em Engenharia da Computação, com vários cursos de especialização em Tecnologia da Informação. Certificado CGEIT(Certified in the Governance of Enterprise IT) e COBIT pelo ISACA, PMP(Project Management Professional)  pelo PMI, formação ITIL Manager(Master) e ISO 20.000. Instrutor oficial da EXIN. Oito anos de experiência em docência em Cursos de Graduação e Pós-Graduação. Diretor Executivo de Consultoria em TI, com atuação nacional e internacional em projetos de Gerenciamento de Serviços e Outsourcing em TI. Mais de 20 anos de experiência em Tecnologia da Informação em empresas como HP, Atos Origin, Xerox, CSN e outros.

 

Nota: Este conteúdo teve a contribuição do meu amigo João Luiz D´Andrea, que é um dos melhores profissionais em Gerenciamento de Projetos que já conheci, com larga experiência em projetos de TI. Atualmente baseado na Inglaterra, onde tem utilizado fortemente o Prince 2 em projetos no Reino Unido  também como consultor da Real Project.

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